Em edições anteriores esclarecemos o efeito da aceleração da inflação no saldo devedor do Empréstimo Pessoal da Fibra.
Agora voltamos a abordar o tema, mas para mostrar que em um cenário de baixa inflação, como observamos desde meados de 2016, o processo de amortização do saldo devedor de Empréstimo é visível e não deixa aquela sensação de que o saldo não está sendo amortizado a cada mês que passa.

Assim, vale a pena relembrar que o mecanismo de correção do saldo devedor dos contratos de Empréstimo Pessoal é composto por duas partes: juros fixos e atualização monetária. Os juros fixos correspondem a 0,7% ao mês sobre o saldo devedor, enquanto a correção monetária mensal depende da variação do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (um dos indicadores de inflação). Considerando que a parcela do empréstimo pessoal da Fibra é sempre fixa, quando a inflação medida pelo INPC sobe de forma mais expressiva, o saldo devedor aumenta na mesma proporção e faz com que a parcela mensal paga não seja suficiente para amortizar o saldo devedor.

Da mesma forma, quando a inflação medida pelo INPC arrefece, que é o caso agora, as parcelas amortizam mais que proporcionalmente o saldo devedor.

SEM AUMENTO
No exemplo abaixo, referente a julho de 2016 e fevereiro deste ano, isso fica bem claro. Para um saldo emprestado de R$ 50 mil, o INPC mais alto de julho impactou no valor do ajuste (soma do INPC e da taxa de empréstimo). No entanto, considerando que a parcela é fixa (R$ 800,00), o saldo devedor é onerado. Já em fevereiro, com INPC mais baixo, o saldo devedor é amortizado.

Segundo dados do Banco Central, a expectativa do mercado para a inflação medida pelo INPC em 2017 está em 4,29%, contrastando com o INPC de 2016, quando
o índice acumulou 6,58%, e 2015, que atingiu 11,28%. Por estes parâmetros, ao longo deste ano não deveremos observar aumento do saldo devedor em função da inflação.