Onde anda João Ricardo Vieira Martins
João Ricardo exerceu duas funções na Itaipu. Foi contratado em outubro de 1977 como Analista de Sistemas, mas se aposentou, em janeiro de 2010, como Administrador. E nesses 33 anos de trabalho viveu intensamente o lado profissional, mas sempre focado em ajudar às pessoas. Vamos conhecer um pouco da história do Bamerindus, como é conhecido até hoje.
“Sinto-me homenageado com esse apelido, que me foi dado pelo amigo Paulo Pelotto, vulgo PP. Ele me achava parecido com o garoto propaganda da poupança Bamerindus”, conta João.
VIDA PROFISSIONAL
A história começa no Rio de Janeiro, quando João era funcionário da Veplan Residência Financeira, Construções e Incorporações, seu primeiro emprego, e um dia viu um pequeno anúncio da Eletrobras solicitando profissional da área de informática. Ele foi atrás, chegou à Itaipu e lá ficou.
Depois das duas graduações, João fez várias especializações. “Estudei até os 43 anos, fiz muitos cursos na área de informática para me atualizar, pois naquela época a gente tinha que entender de tudo”, diz ele, que só parou de estudar porque foi obrigado. Em 22 de maio de 1998, um dia após a comemoração dos 25 anos da assinatura do Tratado da Itaipu, e de ter plantado uma árvore (ingá), João sofreu um infarto. “Foi grave, mas sobrevivi e hoje, com 62 anos, tenho boa saúde”, comenta.
Até essa data, por conta da implantação e desenvolvimento do arquivo digital da empresa, João enfrentou desafios, trabalhou muitas noites. De 1977 a 1991 viajou direto para São Paulo, Curitiba, Rio, e eventualmente à Assunção, tanto que só em 1991 levou a família para Foz do Iguaçu, onde vive até hoje.
BOAS RECORDAÇÕES
Ele lembra que em 1977 a Itaipu comprou um computador inglês (Hewlett Packard), hoje conhecido como HP, para fazer análise das licitações das turbinas e geradores. Era um grande avanço. E em 1986 foi criado o arquivo digital, com o objetivo de facilitar a manutenção das unidades geradoras, possibilitando o atendimento in loco.
“Nessa época eu vivia mais em aeroporto do que em escritório, mas sempre que podia ia tomar café com o pessoal na lanchonete do Gaúcho, em frente ao Escritório da Rua São José”.
Era tudo muito bom, João diz que a Itaipu foi uma grande escola. “Contribuiu na formação de meu caráter como homem e como profissional. Foi um prazer inigualável, convivi com pessoas do Brasil inteiro e algumas estrangeiras. Tive companheiros maravilhosos no Rio de Janeiro, e em Foz do Iguaçu o grupo de amigos aumentou de tal forma que não dá para mencionar nomes, são centenas”, comemora.
TRABALHO SOCIAL
Depois do infarto João teve de mudar o ritmo de vida, e passou a trabalhar como assessor da diretoria e da superintendência para assuntos de informática. Nos dois
últimos anos atuou na área social, por isso se aposentou como Administrador. Nessa época, ajudou na coordenação de diversos projetos, entre eles o PNE – Inserção de Portadores de Necessidades Especiais no quadro de estagiários, Energia Solidária, Educação de Jovens e Adultos, Rede Cidadã, e também colaborou com o PIIT – Programa Menor Aprendiz, tarefas que desempenhou de boa vontade. “Sempre fui motivado a ajudar as pessoas, até porque, tive uma filha especial e isso me deu muita força para criar e participar de programas nessa área”, comenta.
No PNE ele procurava pessoas especiais que estivessem estudando para a Itaipu contratar como estagiários. “Foi uma tarefa gratificante, muitos voltaram a estudar em função do programa”, diz ele.
PRAZER
Até hoje João trabalha como voluntário em hospitais e outras instituições, o que faz com muito prazer, porém, ele também gosta de viajar, passear e, claro, curtir a família e os amigos. É casado pela segunda vez com Lúcia do Carmo Matsuda, mas foi o primeiro casamento que lhe deu três filhas, uma delas, a especial, que faleceu em 2010; e tem também uma neta, a Isabela.
FIBRA
Não participei formalmente da criação da Fibra, mas estive muito próximo das pessoas envolvidas no processo, e sempre achei importante a Itaipu ter um plano de previdência. Lembro-me que na época algumas empresas como Eletrobras, Petrobras e Furnas já tinham sua fundação, e a Itaipu deveria seguir o mesmo caminho. Era o nosso futuro, e a Fibra nasceu para garanti-lo.