A nossa Previdência enfrenta hoje dois grandes desafios: manter uma sociedade cada vez mais longeva e conter os gastos crescentes do PIB com aposentadorias.
O tema mobiliza governo, trabalhadores, empresários e sociedade civil. Mas para nós dos fundos de pensão, o fomento à previdência é a melhor solução. Afinal, para um país que precisa de capital e investimento de longo prazo para crescer, o estímulo à poupança previdenciária viabilizaria uma transição demográfica mais tranquila.
Mas isso não será obtido apenas com investimentos financeiros de curto prazo, ou produtos financeiros travestidos de previdenciários, como muitos PGBLs e
VGBLs, cujas elevadas taxas de administração superam os benefícios fiscais concedidos. É preciso uma política governamental ousada de incentivo à poupança previdenciária.
Atualmente, a previdência fechada, sem fins lucrativos, é a única que atua no longo prazo, comprometida com o pagamento de renda quando os participantes dela necessitarem, conforme seus regulamentos. O desafio é que a maioria destes planos foi criada há décadas e atingiu a maturidade, sendo necessário agora o fomento a novos planos, com novos participantes e patrocinadores para que o sistema não perca sua relevância. Foi por isso que a Abrapp desenvolveu um Plano de Fomento visando sensibilizar governo e sociedade da importância da previdência fechada.
E como é grande a relação entre o nível de desenvolvimento de um país e o percentual do PIB detido por seus fundos de pensão, o fomento à previdência complementar não é só do interesse dos participantes, dos patrocinadores e de seus fundos de pensão, mas da sociedade como um todo, que seria beneficiada com a formação de uma sólida poupança previdenciária, que estimularia a retomada e o incremento da atividade econômica.
Sílvio Rangel
Diretor-superintendente