Em entrevista ao FN o Gerente Financeiro da Fundação, Marcos Litz, expôs os principais desafios nos investimentos para este ano.

 

QUAIS AS EXPECTATIVAS PARA OS INVESTIMENTOS DA FIBRA?

Litz: O ano começou bem, inflação em queda e bolsa em alta, dólar em queda (chegou a R$ 3,05 em fevereiro), juros em queda podendo fechar o ano em um dígito, governo caminhando com as reformas necessárias para a retomada da economia, e expectativa positiva por parte dos agentes econômicos em função da sequência de boas notícias.

Diante desse quadro, a gestão dos investimentos da Fundação precisa ser ativa, buscando alternativa e maior exposição às oportunidades que oferecem maior retorno e risco, mas sempre dentro dos limites estabelecidos pela Política de Investimentos da instituição.

E QUAIS SERÃO OS DESAFIOS?

Litz: Precisamos obter rentabilidade que supere as necessidades atuariais. Isso significa buscar maior retorno nos investimentos, um grande desafio, porque passados três meses de 2017, a Bolsa de Valores, principal referência no mercado de renda variável, por exemplo, mostra sinais de arrefecimento. Possivelmente, um sinal de cautela por parte dos investidores em relação à capacidade de retomada do crescimento da economia e das empresas.

E se por um lado a inflação está caindo, por outro, há um processo de redução das taxas de juros, o que diminui as oportunidades de compra de títulos públicos federais com prêmios acima da meta atuarial.

Outro desafio é encontrar ativos de crédito privado (emitidos por empresas não financeiras), que tenham bom nível de risco e retorno em função da saúde financeira das empresas diante da crise econômica dos últimos anos.

Sob o ponto de vista internacional, o cenário continua incerto, podendo influen- ciar as taxas de juros e câmbio no Brasil, já que o novo presidente dos Estados Unidos, até o momento, teve pouco impacto na trajetória daquela economia.

NESSE CONTEXTO, COMO FICA A FIBRA?

Litz: Independentemente da adequada alocação do portfólio de investimentos – até o momento acumulamos rentabilidade de 2,30% acima da meta atuarial, com destaque para a Carteira de Renda Variável, que acumula rentabilidade de 9,47% – há muitos desafios e trabalho pela frente. A gestão permanece focada nas estratégias definidas, com objetivo de superar a meta atuarial estabelecida para 2017.