Os sonhos abrem novos horizontes e conferem vitalidade àque-les que lutam por eles. Vemos sempre essa “máxima” nesta coluna, constatamos essa verdade recentemente na Olimpíada, e agora vamos vê-la na vida de José Landi de Souza Mello, nosso entrevistado deste mês.
Para manter sempre a “cabeça ativa”, tenho planos de iniciar no próximo ano outro curso universitário, agora mais light que Engenharia, estou pensando em fazer Geografia. Para isso, desde março estou frequentando o mesmo curso pré-vestibular (Dom Bosco) que fiz nos idos de 1962, antes de entrar na UFPR.
Essa declaração mostra bem o perfil de José Landi, Engenheiro de Produção que hoje, aos 71 anos, esbanja vontade de viver. Natural de Vera Cruz/SP, ele veio para Mandaguaçu, no Norte do Paraná, aos cinco anos, depois se mudou para Curitiba para estudar, onde concluiu o cursou Engenharia Mecânica pela UFPR, em 1967. O título de Engenheiro da Produção veio com o Mestrado realizado na UFSC, em 2003.
NA ITAIPU
Concluída a graduação, em fevereiro de 1968 José foi trabalhar na Techint, empresa de Engenharia de Montagem Industrial, em São Paulo. Lá trabalhou 18 anos, participou de 19 obras, e só deixou a empresa para ingressar na Itaipu, em fevereiro de 1986. “Só troquei os números dos anos e de emprego, pois a função era a mesma”, diz ele brincando.
A Techint deu a José o passaporte para a Itaipu, pois graças a experiência ali conquistada – a participação na instalação de três hidrelétricas, sendo uma delas na Colômbia – foi convidado a trabalhar na maior Hidrelétrica do mundo. “O curioso foi que o convite veio a mim por intermédio do então Vice-superintendente de Obras do lado Paraguaio, Mário M. Salinas, que foi meu colega de turma na UFPR”, lembra ele.
Depois de quase cinco anos na Itaipu, José assumiu o cargo de Superintendente da Obra, e posteriormente a Assessoria de Planejamento e Controle da Diretoria Técnica. “Mas acabei retornando à Superintendência da Obra, onde tive a oportunidade de participar do processo de licitação e contratação das últimas duas unidades geradoras, um momento importante para a usina”, diz ele.
Hoje, relembrando sua história na empresa, José diz que apesar do natural estresse em função do cumprimento de prazos e exigências da qualidade, “existia um bom ambiente e cooperação entre todas as áreas envolvidas nos trabalhos. Foi muito gratificante trabalhar com excelentes profissionais, tanto brasileiros quanto paraguaios, e formar sólidas amizades que perduram até hoje”.
LAZER E AULAS
José conta que durante os 15 anos de Itaipu, a higiene mental do pessoal era feita nos esportes, tanto que ele até organizou um torneio de tênis no clube da cidade. Mas outra atividade também fez muito bem ao engenheiro. No período 1998 a 2001 ele lecionou nos cursos de Engenharia Elétrica e Ciências da Computação da Unioeste. “Essa é uma experiência que recordo com muito carinho, foi uma época muito feliz, pois saia do estresse da obra para dar aula”, diz ele.
BOM CONSELHO
Terminada a “era Itaipu”, em 2001, José ainda trabalhou até 2014 como consultor. Ou seja, teve uma longa vida profissional, que pelo jeito não vai parar por aqui, já que seus sonhos continuam vivos.
A receita para esse sucesso? É o caminho que o próprio José percorreu: começa com uma boa formação técnica e se completa com o respeito aos colegas e aos valores da empresa, além da dedicação e constante aperfeiçoamento profissional. Porém, desde que se aposentou, ele também conta com uma forte aliada, a Fibra. “A Fundação tem um papel básico, pois me confere a tranquilidade financeira fundamental nesta fase da vida”, afirma.