Alcides Amaral começou a trabalhar na Itaipu quando ela era apenas o berço de um projeto, ainda na fase de desapropriação da área que abrigaria a construção da maior hidrelétrica do mundo e a grande obra brasileira. “Esperei meses para entrar na empresa, pois ainda estavam formando o quadro de funcionários, mas fui chamado, fiz
os exames médicos e contratado como motorista. Era o emprego almejado”, diz ele com orgulho. Isso foi em 18 de novembro de 1976. Exatos 40 anos e um mês.


Nessa época a sede da Itaipu era no centro de Foz do Iguaçu, só bem depois é que foi para a sede em que está hoje. E como Alcides era motorista de todo mundo, vivia levando e trazendo o pessoal do escritório para a “vila”. “Fiz muito esse trajeto na época das desapropriações, levava as chefias e os fiscais para a vila A, B e C de segunda-feira a sábado”. Ele começou a trabalhar na coordenação, ficou oito anos, e depois foi para a garagem, onde se aposentou. “E começaria tudo de novo se fosse possível, porque era muito bom trabalhar lá”, comenta.

APOSENTADORIA
Alcides falou diversas vezes que gostaria de estar trabalhando até hoje. “Sempre cumpri meu dever, não tinha hora, quando precisavam de mim eu estava sempre
pronto, fazia hora extra sem problemas. Senti ter de sair”, diz ele com pesar.

Aposentado desde abril de 1995, Alcides só se afastou do trabalho porque teve um problema no coração e outras complicações. “Eu tinha 34 anos de empresa, era moço ainda, mas como achei que ia morrer, me aposentei, só que depois disso ainda trabalhei bastante como motorista particular, e com satisfação, pois sempre tive muitos amigos e eles me chamavam, viajei bastante”.

Já se passaram mais de 15 anos e Alcides está firme e saudável, só que agora não está mais trabalhando. Está curtindo o merecido descanso, mas sua vida toda foi de muita labuta. Começou a trabalhar com o pai no comércio aos sete anos de idade, depois foi para a roça. Do sítio foi para a prefeitura de Foz de Iguaçu, em 1958, onde trabalhou quase dez anos como motorista. Saiu da prefeitura para trabalhar como motorista particular, mas agora com um caminhão tanque e depois com taxi. Só depois de rodar bastante é que ele foi para Itaipu.

FAMÍLIA
Nesse meio tempo Alcides se casou, viveu 30 anos com a esposa, teve filhos, se separou, casou de novo, e em janeiro fará 25 anos de casado com Arminda Alves
Correia. Diz que não viaja muito, nem a passeio, mas curte a família. Alcides tem três filhos e três netos, dois são filhos de Amauri, que trabalha como segurança na Itaipu; e o outro neto é filho de sua caçula, Islem Glenar.

O segundo filho dele, Amarildo, é seu dependente até hoje por motivos de saúde, e mora com a irmã.

ITAIPU E A FIBRA
Hoje com 79 anos completos em outubro, Alcides gosta de falar da Itaipu, a quem se refere como sendo sua segunda mãe. “Essa empresa é meu orgulho, não aceito que alguém fale mal dela, sou muito grato por ter trabalhado lá”. E diz que a Fibra é a sua terceira mãe. “Eu me filiei à Fundação assim que foi criada, e graças a
ela hoje vivo bem”. E também é por conta disso que ele pode fazer planos para o futuro. Seu sonho é viver mais uns anos para curtir a vida.