Com o olhar firme no futuro, Antônio Gimenes de Albuquerque diz que tem vontade de viver e curtir cada dia da vida. “Para mim não existe passado, olho para frente”, diz ele, que do alto dos seus 68 anos está animado para viver mais uns bons anos.
Natural de João Ramalho, no interior de São Paulo, região sorocabana, Antônio veio para o Paraná no início da década de 1960, gostou tanto que não voltou mais para a terra natal. Em 1962 ele foi trabalhar no cartório de São Carlos do Ivaí, onde ficou até 1969. “Sai dali e fui para um cartório, também de registro de imóveis, em Peabiru, e lá fiquei até 1972, quando resolvi voltar para o cartório de São Carlos do Ivaí, mas aí como arrendatário”. Lá ele ficou até 1975, ano em que resolveu mudar de ramo e comprou uma fábrica de cerâmica. Mas essa experiência durou só até 1977, quando seu cunhado o chamou para morar em Foz do Iguaçu e o incentivou a trabalhar na Itaipu. Ele gostou da ideia e foi, e naquele ano mesmo foi contratado como office boy. “Lá eu fui morar na casa de hóspedes da Itaipu, que hoje é um hotel”, lembra Antônio.
SUBIU DE POSTO
Depois de doze anos trabalhando em cartório de registro de imóveis, Antônio começou uma nova fase da sua vida. Mas esses anos de cartório fizeram muita diferença na vida do “boy”. Foi por conta dessa experiência que em menos de um ano Antônio conseguiu um posto de trabalho melhor dentro da empresa. “Como eu entendia bastante de desapropriação de imóveis, passei a Assistente Administrativo do Departamento Jurídico da Itaipu, onde fiquei até me aposentar, em março de 1998”. E assim passaram 21 anos, mudavam os chefes, mas Antônio continuava firme lá.
Se por um lado a vida de Antônio estava indo bem, por outro, as coisas começaram a se complicar. Ele começou a ter problemas com o álcool, e embora tivesse procurado ajuda médica e recebido todo apoio dos colegas de trabalho, por quem tem grande estima até hoje, a bebida contribuiu para que se aposentasse antes de completar o tempo de serviço.
Mas não foi só em função dos problemas de saúde que Antônio se aposentou, na verdade a empresa ofereceu um incentivo bom para quem quisesse se aposentar à época, e ele achou que seria um bom negócio – 70% da aposentadoria seria pela Fibra e 80% pelo INSS. A indenização era boa e ele soube aproveitar, comprou uma casa em Maringá, onde vive até hoje, e uma casa na praia de Itapoá, que ele curte bastante.
PODER DA VONTADE
Durante o tempo que esteve na ativa Antônio frequentou o Programa Reviver da Itaipu, que desenvolve ações de promoção da saúde, esporte e cidadania. ”Foi ali que tomei consciência de que sofro de uma doença incurável, porém tratável, e é isso que eu faço, me cuido”, comenta.
Depois que se aposentou Antônio se separou e enfrentou momentos difíceis por causa da bebida. “Foi aí que aceitei de fato que era alcoólatra e precisava de ajuda. Foi o primeiro passo, e graças a uma sobrinha, desde 2010 estou sem beber, nasci de novo”.
Hoje Antônio pode se dizer um vencedor, sua força de vontade removeu montanhas. “Pedi ajuda a Deus, pois sozinho eu não conseguiria, mas me determinei e agora estou bem”.
FAMÍLIA
Divorciado há mais de dez anos, Antônio tem três filhos – o caçula Rafael, que é especial, Ricardo e Marcel, que lhe deu a neta Clarissa, de dois meses. “Agora sou um avô animado”.
E apesar de morar sozinho, Antônio diz que vive muito bem. “Depois que a gente aprende a viver só acaba até gostando. Sou uma pessoa extrovertida, tenho amigos, faço natação, hidroginástica, vou para a praia, só não quero mais é trabalhar, quero aproveitar a vida”, diz ele.
GRANDE NEGÓCIO
“Outro bom negócio que fiz na vida foi ter aderido à Fibra”, diz Antônio. Assim que a Fundação foi criada ele já estava lá. “Na época alguns colegas não quiseram e hoje estão arrependidos”, comentou.
Graças à Fundação e ao plano de saúde da Itaipu Antônio hoje pode dizer que é bem servido.