A Google anunciou no dia 11 de maio que vai proibir em sua ferramenta de buscas anúncios de empréstimos com condições abusivas, chamados de “payday loans” (espécie de crédito consignado de valor baixo e que é debitado de uma só vez no contracheque seguinte da pessoa), e de produtos relacionados. A empresa afirma que eles frequentemente levam a termos de pagamento proibitivos e ao endividamento de consumidores.
“Proibimos a publicidade de créditos fáceis e certos produtos afins em nossos sistemas publicitários”, anunciou a empresa em seus blogs oficiais.
A medida entra em vigor a partir de 13 de julho. David Graff, diretor de políticas globais de produtos da Google, afirmou que a mudança é “destinada a proteger nossos usuários de produtos financeiros danosos e enganosos”.
“Não autorizaremos mais a publicidade de empréstimos a 60 dias. Nos Estados Unidos, proibimos também a publicidade de empréstimos cujo juro anual seja 36% ou mais”, sustentou a companhia.
“Esta mudança busca proteger nossos usuários de produtos financeiros enganosos ou nocivos, e não afetará aquelas empresas que oferecem créditos imobiliários, comerciais ou linhas de crédito renováveis (como cartões de crédito)”.
A iniciativa foi bem recebida por associações americanas de defesa de direitos civis.
“Essas sociedades usaram por muito tempo publicidade enganosa e marketing agressivo para que os consumidores caiam na armadilha de empréstimos a taxas ofensivamente altas, em muitos casos para quem não pode se permitir a eles”, defendeu Wade Henderson, presidente da Conferência Líder sobre Direitos Civis e Humanos. “Esta proibição põe os créditos fáceis em seu lugar, ao lado de armas e tabaco entre os produtos perigosos que merecem o mais alto nível de vigilância”.
Lisa Donner, diretora executiva da organização Americanos pela Reforma Financeira, afirmou que os novos padrões da Google impediriam credores de comercializar o que chama de “armadilhas de dívida que causam danos sérios e duradouros aos consumidores”.
Fonte: O Globo / Reuters, Dado Ruvic.