Em entrevista ao site da jornalista Míriam Leitão, o diretor superintendente da FIBRA e integrante da comissão de investimentos da Abrapp, Silvio Rangel Silveira, afirmou que os fundos de pensão devem redirecionar o foco de suas carteiras de investimentos. “Com a queda da Selic, os fundos de pensão já estão pensando em trocar os investimentos em fundos de renda fixa e em títulos públicos indexados à Selic por outros papéis mais rentáveis”.
Para ele, a Selic não é mais vantajosa e com isso os títulos do governo perdem espaço.

 

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Os maiores compradores de títulos do governo estão pensando em outros investimentos. Com a queda da Selic, os fundos de pensão já estão pensando em trocar os investimentos em fundos de renda fixa e em títulos públicos indexados à Selic por outros papéis mais rentáveis. Segundo Sílvio Rangel, que é da comissão de investimento da Abrapp e diretor-presidente da Fundação Itaipu/BR de Previdência e Assistência Social (Fibra), a Selic não é mais tão vantajosa, e os títulos do governo perdem espaço.

"Vai ter um movimento de sair dos fundos de renda fixa e dos títulos do governo atrelados à Selic para ativos ligados à infraestrutura e atividades industriais", disse ele. Isto porque os fundos de pensão têm um mínimo de rentabilidade que é o INPC mais 6%. Essa é uma decisão de cada fundo, mas a regra vale para a maior parte deles.

Os fundos de pensão ainda vão continuar comprando outros títulos do governo, como os indexados pela inflação e que, segundo Rangel, ainda supririam as necessidades atuariais do setor. "Existem títulos NTNB indexados à inflação, com vencimento até o ano de 2045, por exemplo. Os fundos de pensão vão procurar papéis que rendam mais e com períodos mais longos".

Sílvio Rangel negou que os fundos de pensão vão procurar a caderneta de poupança. "Se for imaginar um passivo do fundo de pensão, não é bom imaginar um investimento num papel que pode mudar de regra. Se eu tenho uma dívida que vai rolar no ano que vem e se de repente a poupança for render menos que essa dívida, não vale a pena".

Os fundos de pensão vão ter de correr mais riscos em algumas aplicações. "O panorama é que tem espaço para títulos públicos indexados à inflação e papéis de maior risco, não os ligados ao mercado acionário, mas a participações em áreas de infraestrutura e atividade industrial. Isto, para as empresas, seria vantajoso, porque elas podem ter acesso a capital de longo prazo", disse Rangel.